Não tenha dúvidas de que a Samsung é a grande jogadora no mercado de dispositivos móveis no Brasil, porém, a Motorola recebeu um sopro e tanto nas velas com o lançamento do Moto G em território nacional. Isso me faz pensar: de quanto tempo mais a Motorola precisa para se tornar a número um do mercado brasileiro?
Motorola antes do Moto G
Com a venda da Motorola para a Lenovo, a compra da primeira pela Google foi justificada, pois a gigante das buscas deixou claro que o que queria mesmo eram as patentes já registradas pela fabricante da linha Moto. Entretanto, o período em que a companhia esteve debaixo das asas do Big G foi muito importante para dar aquela chacoalhada nas estruturas do mercado móvel no Brasil.
O lançamento do Moto X, nos EUA e, logo depois, no Brasil, deixou claro que a companhia iria investir pesado no mercado nacional. Porém, a confirmação veio com o anúncio do Moto G. Antes da chegada do mid-range, a Motorola respondia por 3,45% das vendas de dispositivos móveis no Brasil, abaixo até de companhias desconhecidas (xinglings e outras). Porém, um pouco mais de seis meses depois da chegada do Moto G nas lojas do país, o cenário é completamente diferente.
Motorola depois do lançamento do Moto G
Há algumas semanas, um amigo me confirmou que viu uma pessoa no metrô, em São Paulo, com uma tatuagem do Moto G no braço. Parece mentira, mas existem outros exemplos na rede como o da menina que tatuou o
logo da Motorola nas costas. Sim, o dispositivo virou moda entre os usuários Android no país e fez a Motorola subir vertiginosamente algumas posições entre as fabricantes que mais vendem smartphones Brasil afora.
No mês passado, a companhia que ainda está sob a tutela da Google até que o processo de venda da empresa seja consolidado, figurava como a terceira fabricante que mais vende dispositivos móveis no Brasil, de acordo com a ferramenta de estatísticas online StatCounters. O que mudou neste curto espaço de tempo? Ou melhor, o que a Motorola desencadeou para que essa mudança fosse viável?
Motorola oferece o melhor custo/benefício
Os executivos da Motorola não tiveram medo de colocar no mercado mundial um dispositivo com um preço honesto. O Moto G chegou oferecendo um hardware de gama média, mas acima de tudo, com uma interface limpa e livre de características da fabricante. O aparelho é rápido e super variado, servindo para heavy users e para aqueles que só querem acessar as redes sociais em um celular. Além disso, o Moto G podia ser comprado por R$649,00, algo revolucionário na época do seu lançamento.
Este foi um grande passo para uma fabricante no Brasil e abriu precedentes. Nos últimos meses, rumores sobre o lançamento de concorrentes diretos do Moto G desenvolvidos pela Samsung e pela Sony começaram a aparecer na rede.
Mais do que isso, a Motorola anunciou no mês passado o Moto E, ainda mais barato e com apelo muito maior às massas, visto que traz a possibilidade de expandir a memória do dispositivo, além de oferecer TV digital e dual slot para cartão SIM. Na mesma categoria, temos o Nokia X, mas que está ainda atrás das possibilidades entregues pelo low-end da Motorola.
Motorola oferece atualizações rápidas do OS
Porém, mais do que a influência de preço, a popularidade da Motorola se deve ao fato de que a empresa focou seu trabalho naquilo que as demais fabricantes ainda estão pecando: a atualização do sistema operacional dos seus dispositivos mais recentes. Um exemplo foi a penúltima atualização do OS para Android 4.4.3 que, depois das linhas Nexus e Google Play Edition serem atualizadas, veio a série Moto. E muito se enganam os que pensam que a grande maioria dos usuários não se liga na versão do software dos dispositivos na hora de adquirir um smartphone nos dias atuais. O melhor exemplo disso é o crescimento da Motorola no mercado nos últimos meses.
Em recente
entrevista, o presidente mundial da companhia, Rick Osterloh, definiu o sucesso da Motorola em quatro pontos fortes: preço, experiência de uso, personalização e software. Segundo ele, a estratégia da empresa é "abraçar" o Android puro de modo a fazer com que as atualizações do OS cheguem aos dispositivos da Motorola antes:
Além do preço do aparelho, é preciso tornar toda a experiência de usar o celular mais barata. Quando colocamos slots para dois chips de operadoras, conseguimos tornar as ligações mais baratas, por exemplo. O design também é importante. Todos têm a mesma linha de design, permitem trocar a cor da capinha traseira. Por fim, outro ponto critico é a questão do software. Nossa maior preocupação hoje é oferecer as atualizações do sistema Android o mais rápido possível para os nossos telefones.
De quanto tempo a Motorola precisa para mandar no mercado brasileiro?
Ainda é difícil dizer se a fabricante vai assumir o topo das vendas de aparelhos móveis no país. Porém, a Motorola está no caminho certo para se tornar uma das grandes jogadoras no Brasil. Usando a teoria dos seis graus de separação, que mostra que, no mundo, são necessários no máximo seis laços de amizade para que duas pessoas quaisquer estejam ligadas, vou propor um jogo aqui. Pense agora se você conhece uma pessoa que tenha um dispositivo da linha Moto. Em menos de um minuto já me vieram cinco pessoas à memória.
Kawan Fellipe
sábado, 28 de junho de 2014
Postagens Relacionadas