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Campanha de um pastor no Twitter |
Conservadores, quem de nós?
O deputado Anderson Ferreira (PR-PE) apresentou no dia 16 outubro de 2013 um projeto de Lei: 6583 que define, dentre outras questões, a família como a união de um homem e uma mulher. Essa definição agregada a tal projeto é, segundo o deputado, base para o Estatuto da Família.
O projeto também apresenta diretrizes para que o governo proteja a família e ofereça condições mínimas de “sobrevivência”. Vale lembrar que o governo já prática tais ações como: bolsa-família, bolsa-escola, subsídios para compra da casa própria etc. (apesar da unificação do cadastro único).
Apesar da ideia parecer absurda, já que o Brasil até outro dia legalizou/legitimou a união estável entre homens e mulheres - união homoafetiva, o então presidente da câmara dos deputados, Henrique Eduardo Alves, criou em 05 de janeiro deste ano uma comissão para analisar a proposta do deputado.
Esse projeto ganhou grande repercussão por excluir de maneira clara e objetiva as uniões homoafetivas. No Brasil os casais homossexuais podem adotar, podem registrar uma criança como dois pais ou duas mães (apesar de algumas batalhas judiciais) entre outros direitos garantidos pela constituição e emendas
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Foto: Reprodução do documentário "Família no Papel" |
No que o deputado Anderson e outros falsos-conservadores insistem é que uma família (união estável) só pode ser constituída por um homem e uma mulher (HETEROSSEXUAIS). É possível constatar em diversos estudos que uma criança que cresce com pais homossexuais não passa a ser homossexual por esse motivo e nem tende a comportamentos antiéticos. Indago o porquê de tal definição homofóbica do deputado.
Ao que tudo indica os “puritanos” temem que a homossexualidade atinja o mundo de forma a transformar todos em gays, mas indago novamente: Caso você não seja homossexual, se tornaria por ver algum? E caso você não seja heterossexual, se tornaria por ver algum? (Pergunta retórica)
Vale ressaltar que esse projeto não exclui somente os casais homossexuais do termo família, mas também as mães e pais solteiros e/ou monoparental.
No último dia 04 o projeto que "defende" a família ganhou uma “batalha”: foi aprovado o requerimento de João Campos para a realização de uma audiência pública sobre o direito da família e consequentemente sobre o tal projeto que visa sua “proteção”.
Contrapondo esse conservadorismo temos a "descriminalização de drogas", aliás da maconha (Cannabis sativa). No site da câmara (setor votação) é possível presenciar mais de 70% dos votos a favor da descriminalização de drogas. Já no quesito de união familiar "Projeto de Lei 6583/13" a votação está com mais de 60% a favor do mesmo (vista 27 de junho às 17:30hs - segue link:
Câmara Notícias > Enquetes ativas).
Sintetizando: podemos legalizar as drogas - rompendo assim a barreira do conservadorismo, mas o conceito de família deve ser mantido de forma puritana, enganosa, preconceituosa e conservadora (principalmente). É isso?
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Manifestação pela descriminalização das drogas no Brasil |
PS.: O programa Brasil em Debate recebeu no dia 09 de maio o relator do projeto (6583/13), deputado Ronaldo Fonseca (PROS-DF) e a deputada Érika Kokay (PT-DF) para debater sobre o Estatuto da Família, entrevista muito interessante apesar do relator/pastor tender a sua análise preconceituosa para a sua fé (segue link -
camaranoticias/tv/materias/BRASIL-EM-DEBATE/467527-DEPUTADOS-RONALDO-FONSECA-(PROS-DF)-E-ERIKA-KOKAY-(PT-DF)-FALAM-SOBRE-O-ESTATUTO-DA-FAMILIA).
PS.2: Eu não uso drogas e sou a favor da descriminalização, eu não tenho união familiar afetiva com outro homem ou mulher, mas sou a favor da legitimação da família composta por amor homoafetivo ou "heteroafetivo". Penso que é muito egoísmo só votarmos, opinarmos naquilo que nos atinge. Já aquilo que pode atingir o próximo ou a sociedade ignoramos. Será que a sociedade que defende uma família heterossexual é a mesma que deseja comprar maconha na farmácia? Está na hora de uma reflexão.
Ariel Dorneles
sábado, 28 de junho de 2014
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