"Quero expressar com total clareza que a droga não se derrota com droga. A droga é um mal e com mal não pode haver cessões ou compromissos", disse o Papa Francisco na última sexta-feira (20).
O papa declarou ser completamente contrário a legalização de qualquer droga, mesmo essa sendo utilizada para fins medicinais.
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Foto: ROBERTO VAZQUEZ/FUTURA PRESS/ FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO |
Fazendo uma recapitulação na história da igreja católica, ou cristianismo, percebemos que não é de hoje essa aversão. Ainda em 1984, na era João Paulo II, o mesmo disse: “A droga é um mal, ao mal não se dá trégua".
Deixemos um pouco de lado a igreja, não a fé, e vamos falar de ciência. No domingo (01) morreu Gustavo Guedes, bebe de 1 ano e 4 meses, vítima de complicações de uma síndrome que atacava o sistema nervoso, o garoto estava à espera da liberação de um medicamento com canabidiol (substância derivada da maconha). O medicamento foi liberado pela ANVISA e pelas autoridades brasileiras em caráter especial, mas tardiamente.
Em condições como estava Gustavo Guedes se encontram tantas outras pessoas, essas que precisam de medicamentos derivados da Cannabis. Diversas pesquisas apontam que o uso medicinal da erva é sim importante para a recuperação/tratamento de diversas enfermidades.
No dia 30 de janeiro deste ano foi enviado no Portal e-Cidadania, no site do Senado, uma sugestão (8/2014) para a legalização da maconha, em pouco tempo a proposta recebeu mais de 20.000 adeptos.
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Foto: Publicado por Redação Tv rede Petrópolis em 9 de janeiro de 2014 |
A última informação sobre a legalização é que será feito um estudo baseado nos outros países que legalizaram a erva. Alguns estudos, não oficiais, já comprovaram que a maconha tem sim efeitos colaterais. A maconha pode causar graves transtornos assim como o cigarro (que agride até quem não fuma), a cerveja, o vinho e todas as outras bebidas alcoólicas - mesmo assim são todas liberadas e até controladas (dizem).
O senador Cristovam Buarque (PDT-DF) afirmou em 17 de fevereiro deste ano que iria ouvir os líderes das igrejas sobre a legalização da droga. O que intriga alguns é a bagunça que é feita com política, religião e uma tal laicidade (desaparecida). Ainda no mesmo período o senador foi indicado como relator do projeto de legalização da erva e declarou: “Não tenho simpatia pela regulamentação, mas não tenho preconceito contra".
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Foto: Ademir Ribeiro |
Essa briga entre legalizar ou manter na clandestinidade a maconha existe a anos, ao que tudo indica ainda trará muito sofrimento (para quem precisa ou não). Antes de tomar partido é recomendado procurar mais informações de prós e contras. A grande maioria das religiões é CONTRA, uma boa parte da ciência NÃO. As pessoas parecem ficar perdidas entre fé e ciência.
A igreja tem os seus princípios irrevogáveis, apesar de lidar com seres humanos e esses passíveis de erros. A ciência - medicina prioriza o bem estar desses seres humanos. Juntas elas não conseguem andar, isso propõe que cada deve fazer a sua escolha?
"Se o que a palavra diz vai contra seus princípios, você acata a palavra ou é fiel aos seus princípios?" – autor desconhecido.
Ps.: O consumo, comercialização, plantio da erva é considerado crime no Brasil conforme a Lei 11.343/2006.
Ps.2: A erva é consumida por mais de 180 milhões de pessoas em todo o mundo, segundo o Relatório Mundial sobre as drogas 2013.
Ariel Dorneles
sexta-feira, 20 de junho de 2014
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